Resumo
Embora a constituição do Brasil defina o estado como secular, crentes de religiões africanas ou afro-brasileiras e de religiões não cristãs ainda estão sendo discriminados. É por isso que ainda é necessário celebrar o dia nacional de luta contra a intolerância religiosa no dia 21 de janeiro. A Rede Ecumênica da Juventude participou das atividades, entre outras, da bem sucedida campanha "Visto branco para a liberdade de fé", na qual as pessoas foram convidadas a comprar a camiseta branca de ação, fazer uma auto-fé e publicá-la nas mídias sociais. Pessoas e grupos religiosos e não-religiosos aderiram à campanha, assim como pessoas de influência dos campos político, social e religioso. Com pessoas de influência política e social a bordo, a campanha teve maior alcance e visibilidade.
Análise de problemas
O fundamentalismo religioso no Brasil e a intolerância religiosa ainda existem. Isso diz respeito à sociedade em geral, mas particularmente às vítimas do racismo estrutural (crentes de religiões africanas ou afro-brasileiras) e de religiões não cristãs (judaicas, romenas, indígenas).
Análise de solução
a. Reconhecimento da diversidade religiosa no Brasil.
b. Reconhecimento de que o país não é realmente secular (leis; na educação ainda prevalece uma supremacia cristã).
c. Fortalecimento e apoio aos líderes religiosos e vítimas da intolerância devido às suas crenças ou convicções.
Análise das partes interessadas
Quais partes interessadas (ONGs, governo, setor privado) você identificou?
1. Governo Federal: Ministério da Justiça - Secretaria Especial de Direitos Humanos - Comitê Nacional para o Respeito à Diversidade Religiosa.
2. FE ACT Brasil: Fórum Ecumênico no Brasil, Aliança FE ACT (CESE, CONIC, Koinonia, CEBI, Diaconia, etc.).
3. Jovens membros da Rede Ecumênica da Juventude (REJU).
4. Oficiais das igrejas cristãs (católica romana, anglicana, luterana, evangélica, presbiteriana, etc.); setores progressistas e conservadores.
5. Adeptos das religiões afro-brasileiras (Candomblé, Ubanda, Ifá, etc.).
6. Religiosos, ateístas e agnósticos que se beneficiam das garantias do Estado laico.
Quais partes interessadas você identificou como oponentes e por que elas se opuseram?
1. Líderes políticos e evangélicos conservadores.
2. Membros conservadores de igrejas que servem como políticos, especialmente no Parlamento.
Como você envolveu seus beneficiários na análise das partes interessadas?
Através da implementação da campanha Visto branco pela liberdade de fé, levando as pessoas a tomarem uma posição: indivíduos vestidos de branco e fotos publicadas em suas redes de mídia social durante o mês de janeiro, que alude à data do dia nacional de luta contra a intolerância religiosa no Brasil.
Breve descrição da organização que implementou a ação/campanha
O REJU foi criado em 2007 pelo Fórum Ecumênico ACT Brasil (FE ACT Brasil). Este Fórum, atualmente membro da Aliança ACT, é uma articulação de organizações ecumênicas, comunidades religiosas e movimentos sociais para a promoção dos direitos humanos, econômicos, sociais, culturais e ambientais (DHESCA - Plataforma). Atualmente, ele está espalhado pelas cinco regiões do país, especificamente em 22 Estados da Federação, sendo coordenado e planejado por jovens. Ela busca aproximar os jovens do tema e ter sua intervenção nas políticas públicas para a juventude, aliada aos desafios que também são causas do movimento ecumênico no Brasil. Todas as ações são permeadas pelo protagonismo do jovem como sujeito de direitos. A cada dois anos, há eixos de ação em defesa do Estado laico e para a superação das intolerâncias.
Action period
21-26 de janeiro de 2016, mas o tema foi trabalhado ao longo do ano pela rede no Brasil.
Objetivos
a. Reconhecendo que o secularismo no Brasil ainda não existe.
b. Reconhecendo que existem religiões que são vítimas de intolerância e violência religiosa.
c. Criando uma linguagem jovem que se comunica com diferentes públicos sobre o tema da diversidade religiosa no Brasil.
d. Mostrando solidariedade e estando em defesa das vítimas da intolerância religiosa.
Resultados
A REJU mapeou projetos de lei que violam o direito de liberdade de crença e convicção no Brasil, bem como casos de agressão física e ofensas econômicas que visam interferir no direito de culto e liturgia/crença e condenações.
Casos de intolerância religiosa, registrados através de reclamações durante o ano de 2015, foram analisados e comparados com dados e estatísticas existentes.
Uma campanha com a participação dos jovens na mídia social foi realizada com vídeos, documentários, artigos, fotos e mensagens de texto (Facebook, Instagram, Twitter e WhatsApp).
Posição pública tomada: as pessoas usavam roupas brancas e acessórios, aderindo à campanha colocando uma foto em sua rede social com a hashtag #vistobranco.
Description of preparatory activities
1. Formação de um grupo de trabalho com jovens membros da REJU.
2. Deliberação de ações em áreas específicas (virtuais e locais).
3. Mapeamento das atividades relacionadas com a data de 21 de janeiro: Dia Nacional contra a Intolerância Religiosa.
4. Elaboração de materiais.
Descrição da implementação
1. O grupo de trabalho foi formado após a assembléia presencial da REJU realizada em dezembro de 2015, com a possível adesão de mais membros à rede nacional após aquela data.
2. Com a organização do grupo, ações específicas foram ponderadas de acordo com a realidade de cada estado onde os coletivos de jovens foram organizados.
3. As possibilidades de parcerias para as atividades relacionadas ao 21 de janeiro em diferentes estados do Brasil, tais como círculos de conversação, marchas pela liberdade religiosa, debates públicos, etc., foram investigadas. Foram feitos planos para solicitar a adesão à postagem de fotos de pessoas vestidas de branco.
4. O Comitê de Comunicação da REJU convidou os jovens através das redes de mídia social. Os convites tinham formatos diferentes, tais como artes, posts e vídeos. Documentários e uma série de artigos também foram produzidos e publicados no site - eles trataram da temática da campanha.
Description of time investmen
67 dias
Custos
O REJU foi oferecido um valor de R$ 1.000 para a confecção de camisetas. As despesas com materiais gráficos, web design e edição de vídeo chegaram a um total de R$ 600. Em 2016, não houve despesas para mobilização de recursos. Parcerias locais foram formadas e a venda das camisetas por R$ 30 cada uma também foi sugerida. O trabalho não remunerado dos voluntários foi registrado em "Estimativa do investimento total de tempo".
Acompanhamento
Como resultado da avaliação e para o monitoramento contínuo da campanha, um período mais longo de organização será planejado para 2017. A REJU percebeu o quão eficaz é alcançar pessoas de influência social. Eles continuam acompanhando os projetos de lei sobre o assunto no congresso, assim como a participação dos membros da REJU em comitês de diversidade religiosa em nível local e nacional, vinculados à Secretaria Especial de Direitos Humanos.