}

Biblioteca Okuto: Como a mobilização de recursos locais ajudou a construir uma biblioteca comunitária no Quênia

No distrito de Kisumu, uma pequena comunidade transformou seus sonhos em realidade, e inaugurou a Biblioteca Comunitária Okuto. Descubra como os conhecimentos em mobilização de recursos locais transformaram este sonho em uma poderosa história de sucesso.

(Por: Equipe de Comunicação da Kenya Community Development Foundation (KCDF))

O dia em que a Biblioteca Comunitária Okuto abriu suas portas, em janeiro de 2022, foi um momento de triunfo para a comunidade de West Seme Ward, no distrito de Kisumu. Após superar os desafios da pandemia de COVID-19 e se unir para mobilizar os recursos necessários, a comunidade finalmente tinha um motivo para comemorar.

Por anos, a comunidade enfrentou uma queda nos padrões educacionais e a falta de um espaço para reuniões e eventos. Embora muitos desejassem uma solução, a mesma pergunta sempre vinha à tona: De onde viriam os recursos?

Foi então que Benta Ndeda, diretora e fundadora da Aniga Women Initiative, apresentou um plano. Por meio de seu trabalho comunitário, Benta descobriu a Change the Game Academy / Virando o Jogo (CtGA). Inicialmente, ela estava ansiosa para atrair doadores internacionais, mas o treinamento mudou sua perspectiva. “Aprendi a olhar além dos doadores internacionais e a aproveitar o potencial das redes locais. O treinamento destacou que todos são potenciais doadores e que o apoio não se limita ao dinheiro — inclui também contribuições em forma de bens ou serviços,” explica.

Empoderada por esse conhecimento, Benta e sua equipe fizeram parceria com a Kenya Community Development Foundation (KCDF) para propor a criação da Biblioteca Comunitária Okuto. Por meio de uma iniciativa de dupla participação, a comunidade mobilizou metade dos fundos necessários, e a KCDF complementou a outra metade: “No início, estávamos céticos sobre conseguir arrecadar 1.000.000 de xelins quenianos ($7.722 dólares) localmente”, diz Benta. “Mas, com o apoio de líderes locais e da Aniga Women Initiative, mobilizamos nossos esforços, mesmo durante os desafios da pandemia.”

Refletindo sobre a jornada, Maureen Anyango, coordenadora do projeto, destacou estratégias inovadoras adotadas após o treinamento: “A Change the Game Academy nos ensinou resiliência e criatividade. Usando grupos de WhatsApp e abordagens personalizadas para potenciais doadores/as, superamos as expectativas e reforçamos o poder do empoderamento local,” afirma.

A biblioteca se tornou um símbolo de esperança, transformando a educação e promovendo o engajamento comunitário em três zonas. Para estudantes como Fabregas Ochieng, ela é uma fonte de inspiração. “Quero ser cientista. Talvez eu seja quem vai encontrar a cura para o câncer, que afetou tantas pessoas na nossa comunidade. Aqui, encontro muitos materiais para estudar,” diz Fabregas.

Os professores também foram beneficiados. Segundo Wilson Ouma, professor de CRE, Suaíli e Inglês, a biblioteca revolucionou o aprendizado. “Antes, os alunos só podiam acessar livros em sala de aula. Agora, podem pegar livros emprestados para ler em casa, enriquecendo sua experiência de aprendizagem,” explica.

Apesar do sucesso, a biblioteca ainda enfrenta desafios, como instalações não mobiliadas, falta de funcionários essenciais e a necessidade contínua de financiamento. No entanto, a comunidade permanece determinada. “Após o treinamento, busquei mais habilidades em mobilização de apoio,” compartilha Maureen. “Estamos usando essas habilidades para ampliar nossos esforços em segurança alimentar, empoderamento feminino e iniciativas de saúde comunitária. Mesmo em uma aula, consegui arrecadar mais de 4.000 xelins quenianos ($ 30 dólares) para absorventes — um pequeno, mas significativo passo.”

A Biblioteca Comunitária Okuto é um testemunho do que pode ser alcançado por meio da mobilização de recursos locais e iniciativas impulsionadas pela comunidade. Inspirada pelo sucesso, Maureen continua a expandir seu treinamento e compartilhar essas lições com outras pessoas. “É uma ideia que pode mudar o mundo. A mobilização de recursos local nos ensinou o poder da comunidade, e estamos usando esse mesmo poder para promover mudanças em outras áreas também,” afirma.